quinta-feira, 17 de março de 2011

Chuva negra

Olhei pela janela da sala
a forte chuva que caía
Feito lágrimas de um coração partido
escurecendo em plena luz do dia


Notei a presença de um corvo
pendurado no galho de uma árvore
Atrás de seus olhos negros
a morte tão fria feito mármore


O céu escurecendo feito carvão
gotas de sangue na imaginação
Da mente atordoada do poeta
entre linhas da sua criação


Então deixe o poeta louco sacudir
onde não houver vida acudir
Então deixe o poeta louco escrever
entre linhas tortas pro seu próprio saber


A chuva que cai feito lâminas
cortando a nossa imaginação
Que é interrompida no momento
que termina a canção


A chuva que cai sobre o cemitério
entrando água dentro do caixão
Matando a sede dos vermes
da carne salgada em decomposição


Mais um raio que cai
assustando o nosso coração
Mais uma dose de whisky
para acompanhar essa triste canção


Enquanto a chuva lavava
toda calçada imunda
O corvo continuava me olhando
anunciando a dor profunda


Junior Core


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