Olhei pela janela da sala
a forte chuva que caía
Feito lágrimas de um coração partido
escurecendo em plena luz do dia
Notei a presença de um corvo
pendurado no galho de uma árvore
Atrás de seus olhos negros
a morte tão fria feito mármore
O céu escurecendo feito carvão
gotas de sangue na imaginação
Da mente atordoada do poeta
entre linhas da sua criação
Então deixe o poeta louco sacudir
onde não houver vida acudir
Então deixe o poeta louco escrever
entre linhas tortas pro seu próprio saber
A chuva que cai feito lâminas
cortando a nossa imaginação
Que é interrompida no momento
que termina a canção
A chuva que cai sobre o cemitério
entrando água dentro do caixão
Matando a sede dos vermes
da carne salgada em decomposição
Mais um raio que cai
assustando o nosso coração
Mais uma dose de whisky
para acompanhar essa triste canção
Enquanto a chuva lavava
toda calçada imunda
O corvo continuava me olhando
anunciando a dor profunda
Junior Core
Sou trevisa e gostei.
ResponderExcluirPérola