domingo, 25 de março de 2012

Dois

Não peço que sinta minha dor
nem ao menos que derrame uma lágrima
Em teu semblante não há dúvida
dos teus erros imperdoáveis


Somos tiranos do nosso próprio ego
nossa farsa é mesmo teatral
Personagens desvalidos num palco sujo
encenando a nossa própria desgraça


Mas o céu continua azul e majestoso
e o sol brilhando intensamente a nossa face
Nada mudou e nem saiu do lugar
apenas estamos vivendo o nosso inferno


Nossos anjos viraram horríveis demônios
e até a nossa sombra fugiu de nós
Malditos decretados por nós mesmos
alimentando-se do nosso vomito


Mas querida veja bem a vida é linda
no fim do arco-íris não existe ouro
E sim um abismo tenebroso
então vamos rir do nosso próprio medo


Não há com que se preocupar meu amor
vamos sobreviver neste hospício horripilante
E não tem como descobrir a nossa cura
pois a loucura é o nosso próprio gosto


Junior Core


 

segunda-feira, 12 de março de 2012

Na boca do lixo

Magnifico submundo
exuberância de pobreza
concreto rachado
descansando na sarjeta


Prostitutas e mendigos
travestis e maltrapilhos
esperando pelo vicio
cocaína seu perigo


Overdose de loucura
boca dormente
coração acelerado
tenso, muito tenso


Vigarista e cafetão
em busca do dinheiro
venda do sexo
prazer e devaneio


Trombadinha na espreita
inocente e a carteira
rápido feito gavião
sumiu na multidão


Marginal alado
vagabundo nato
cultura de rua
por instinto ou aventura


Aborto e desprezo
bastardo e indigente
adulto ou criança
animal ou gente


Loucos e suicidas
anônimos e vigias
na selva de pedra
o que você faria ?


Junior Core