sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Perfume de formol

Então te vi ali deitada tão pálida
coberta por rosas e jasmim
usava a melhor roupa que tinha
roupa que tinha usado em outras ocasiões
de puro êxtase e alegria momentânea
Então segurei tua mão tão gélida
que mais parecia uma mão de boneca
Parecia tudo tão artificial e enganoso
quanto as lágrimas que desciam
por aqueles rostos sem expressão alguma
e teu sorriso maquiado que nada dizia
Enquanto no salão tocava a marcha fúnebre
vários corpos dançavam valsa do inferno
e tinham um sorriso em suas faces
de dar medo até em fantasmas
me senti desprotegido e senti tua falta
que continuava deitada coberta por rosas e jasmim
e eu continuava segurando tua mão gélida
O cheiro das velas se misturava com o cheiro das rosas
ouvia sussurros e lamentações vomitadas
enquanto vários corpos continuavam dançando valsa
Era tão macabro o ambiente a ponto de sentir náusea
e me senti dentro de um pesadelo medonho
enquanto a marcha fúnebre continuava tocando
eu continuava segurando tua mão gélida
e você continuava coberta por rosas e jasmim
com aquele sorriso maquiado que nada dizia


Junior Core


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Declínio

De princípio acreditei no porém de sua idéia
como vindo da primeira pessoa do plural (nós)
imaginei com ingenuidade de manter uma palavra
se tratando de dois adultos imaturos pelo acaso


Ainda existia uma confiança em estado de amadurecimento
por parte alheia do subconsciente inexplorado
pela primeira pessoa do plural (nós) que insistia nisso
até que algum dos lados pudesse ceder a sua fraqueza


Então encarar o fim se tratando de uma continuidade
que não mais vai existir dentro de (nós)
é algo que nos causa muito medo pela nossa vontade
de saber que o bom pode acabar um dia


E o que viceja também pode desmoronar tão rápido
quanto o piscar dos olhos ou a própria luz
em fração de segundos pra nossa agonia
então a primeira pessoa do plural (nós) deixa de existir


Junior Core