sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Nina (lágrimas recolhidas)

Saiu de tuas entranhas
Tudo aquilo que você negou
Todo o ódio e sofrimento
Que tanto te machucou

Perdida em sua própria angústia 
Já não importa o caminho
Esquecida nessa estrada sozinha
Tão distante e aflita 

Pesadelos te tormentas
Medo e desespero te alimenta
Socorro, socorro ainda estou aqui
Mas não tem ninguém pra te ouvir

Junior Core 

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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

São Paulo by Night

Não quero baladas caras com bebidas caras
Prefiro aquele boteco sujo com breja barata
Não faço questão de viagens pra Europa
E tirar foto com tigre dopado
Prefiro dar um role no centro de São Paulo

Não quero luxo pois me acostumei no lixo
Em cima do seu sobrenome e status eu mijo
Para que um milhão de amigos
Se com poucos eu me divirto

Atrás dos muros e guaritas das suas mansões 
Você acha que tem poder e vive no mundo de ilusões
Mas quando sai nas ruas fica preocupado
Escuta alguns passos já entra em choque e fica calado

Bem vindo a realidade dos perdidos
Nos becos eufóricos e enlouquecidos 
A noite ensandecida que grita
Por prazer pelo que nos leva e agita

Junior Core 

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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Cidade em chamas

Eu não sou de direita e nem de esquerda
Eu sou o grito de ódio e liberdade
Que ecoa pelos quatro cantos do mundo
Vindo das prostitutas, dos travestis, dos mendigos
Dos viciados, pobres, perdidos e desiludidos 

Eu sou a total negação de Deus e da religião
Do patriotismo e do fanatismo
Sou a ferida que inflama 
Que entra na corrente sanguínea 
E necrosa todo o corpo ferido

Eu sou a sua incomodação 
Que perturba o seu sono
Corroendo o seu pensamento
Aos poucos te enlouquecendo 

Eu sou a destruição do Estado
Do governo e do sindicato 
Sou todo o lixo recolhido
Nos becos da cidade

Eu sou o rio fétido e podre
Que vai passando pela marginal
O olhar do subúrbio e dos condenados
Atrás das grades e desesperados

Junior Core 

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sábado, 30 de julho de 2016

Cárcere

Estamos condenados a barbárie
Retrocesso de nossas vidas insignificantes 
Somos o começo do nada
E tão esquecidos somos

Caminhos a serem seguidos
Na estrada da desilusão 
Somos andarilhos 
Perdidos entre os nossos caminhos
Procurando desesperadamente um alívio 

Carne e ossos a serem movidos
Misantropia e fadiga a caminho
Na real, não procuramos nada
Estantes preenchidas com carimbos 
Prateleiras a nosso dispor 
Algo precisa ser consumido

Somos a voz dos esquecidos
O destino dos perdidos
Fugitivos do hospício 

Junior Core 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Epigênese

Fiquei limitado ao meu tempo
Ancorado contra o vento
Refletindo a imagem na parede
Um desenho com um apelo inconsequente 

Viadutos vão rasgando a metrópole 
Automóveis diante dos holofotes 
Sentimentos são deixados 
No teatro entre aplausos 

Alamedas vão se formando
Meu repudio piorando
Vai perdendo o encanto

Máquinas continuam fabricando
O capital se instalando
Operários trabalhando

Todo dia tem greve
Por melhorias se pede
Mas parece que nada acontece...

Fiquei limitado ao meu tempo
Assim, logo penso
Meu medo é intenso 

Junior Core 

domingo, 3 de janeiro de 2016

05:02

São lágrimas que desce dos meus olhos
Coração apertado e o desânimo na alma
Dia triste e a desesperança do amanhã

O brilho se tornou fosco 
O sorriso se fechou para sempre 
Viver já não é tão bom assim

Pode ser passageiro tudo isso 
Pode ser que amanhã o sorriso volte 
Mas hoje não quero ver ninguém

Fui culpado pelas minhas escolhas 
Deixei o tempo passar sem notar 
Sinto pelas pessoas que vou deixar

Olho aquela sala pela última vez
Ainda sinto vontade de chorar 
Mas agora essa dor vai passar

Junior Core

Dedicado em memória de Carlos Augusto (Sujeira) R.I.P