Pulsos cortados lentamente
e o chão manchado pelo passado
do tempo gasto que não se esqueceu
Rasgaremos o verbo acidentalmente
do nosso presente inconsequente
asilo indecente da nossa juventude
Entre paredes mofadas e esbranquiçadas
corredor gelado do nosso necrotério
a caminho do nosso próprio sepultamento
Do nosso velório e lágrimas
dos nossos inimigos culpados
pelo pouco estrago que nos fez
Glorificaremos a nossa estupidez
e um brinde a nossa fraqueza
saudades de um tempo de aparência
Mas o tempo é mesmo solene
carnificina do nosso cotidiano
alicerce mental em ruínas
Violentamente pacífico e mesquinho
bandeira branca suja de sangue
da nossa guerra sem fim
Então jogue mais uma rosa morta
a sete palmos do chão
e deixe que os vermes faça o seu trabalho
Cubra todo buraco com muita terra
para que meu passado seja esquecido pelos inimigos
e que nesta noite tenha uma linda festa
Aqui jaz uma mente contestadora
apaixonado pela Anarquia vital
que resumiu sua vida em poesia
Então todos começam a ir embora
enquanto o coveiro dá o último retoque
na terra que continua caindo
Faz uma linda tarde de céu azul
enquanto os pássaros cantam
mas os pulsos não se fecham
Junior Core