quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Carnal

Desejei ela por assim dizer
com vontade e intensidade
se tratava de desejo indecente
Pecado consumado era o que queríamos
como em Sodoma e Gomorra
blasfêmia e tentação
O inferno era o nosso próprio corpo
e no nosso corpo que fervia
não havia lugar pra deuses e anjos
Apenas satisfação e vontade
gosto humano e selvagem
Entre o delírio e o suor
do nosso corpo despido
que se conhecia loucamente
E não tinha nada a ver com amor
muito menos com paixão
Se tratava de fornicação sexual
Se tratava de intensidade carnal


Junior Core


Paralelas

Então falei por falar
e ela estava lá
preparada pra me atacar
tudo soava naturalmente


Então nos olhamos
dois corpos opostos
textura com textura
pele com pele


O ambiente se fechava
enquanto ela me olhava
parecia que o mundo parava


Então segui meu caminho
ela seguiu seu caminho
era tudo muito estranho...


Junior Core


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Alea jacta est

Então o domínio se perdeu completamente
de tal forma que pensei estar louco
E toda realidade deixou de existir
em um momento de puro alvoroço


Da sátira da existência humana implacável
me vi dentro desse suposto jogo
Do povo sádico que não parava de aplaudir
vi sangue jorrando do ouvido, garganta e nariz


Então será que tudo se resume a isso ?
Por um momento eu me vi perguntando


Então é essa a diversão desse povo ?
A resposta pra todo esse sufoco


Então como diria Júlio César:

¨A sorte está lançada¨


Junior Core


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Paraíso dos devassos

Então o desejo da carne foi consumado
e o nosso pecado foi colocado em questão
(apenas se tratava de dois corpos despidos)


Então a falsa moralidade foi o juiz
do nosso crime sem perdão
(apenas dois corpos buscando o prazer)


Então todo pudor de nada adiantou
pra nossa defesa sem objeção
(chegamos ao orgasmo, chegamos ao orgasmo...)


E tão voraz foi a nossa sentença
pro fim de toda tola inocência
(eu quero de novo, eu quero de novo...)


Então fomos chamados de infames
Então fomos chamados de malditos
(eu quero de novo, eu quero de novo...)


Então eu gozei, ela gozou
Então eu gostei, ela gostou
(eu quero de novo, eu quero de novo...)


Junior Core


Marginal

O poeta marginal caminhava entre o inferno
esnobando e rindo do diabo
O poeta marginal caminhava entre o paraíso
querendo ver a cor da calcinha da santinha


O poeta marginal caminhava entre os hospícios
querendo roubar a camisa de força do enfermo
O poeta marginal caminhava entre ruas fétidas
querendo obter inspiração entre os maltrapilhos


Junior Core


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Majestoso manicômio

Eis-me aqui de peito aberto
mas não de livre e espontânea vontade
dentro deste quatro por quatro
esperando pra ser novamente dopado


Mas aqui dentro eu sinto vida
eu vejo a mais nobre sinceridade
Aqui dentro somos deuses e herois
eu convivo com a utopia da verdade


Nesta nova familia somos todos iguais
estamos todos no mesmo barco
Entre nós não existe o desprezo
nem sentimentos de inveja e nem asco


Aqui fugimos da tortuosa realidade
da inescrupulosa maldade
Aqui ninguém brinca com nossos sentimentos
entre nós existe o mais nobre dos desejos


Lá fora o mundo anda muito desumano
o homem caminhando pra sua própria cova
Lá fora existe algo de errado...


Atrás deste muro existe um inferno
um inferno cujo o homem é o próprio diabo
Atrás deste muro eu não consigo mais estar...


Agora aqui estou eu nesta nova página da vida
culpado pelo próprio sistema que me colocou aqui
Agora aqui estou eu sendo medicado


Agora entendo o que faz um homem enlouquecer
nessa guerra lá fora que me fez perder
Agora entendo o que faz um homem desistir


Majestosa insanidade, majestosa verdade
do lírico que se fez este ambiente
Majestoso encanto, majestoso manicômio
do ser inquieto que se fez em prantos


Junior Core